Conceito para 2010: Presença Digital

Posted by Breno Ricardo | | Posted on 08:40

Por Felipe Morais

Em minhas palestras pelo Brasil, dois slides têm chamado muita atenção. O primeiro é o qual mostro uma infinidade de logomarcas de centenas de Redes Sociais, onde além das redes conhecidas como YouTube, Orkut, Facebook, Twitter, ainda mostro comunidades que nem todos conhecem como Hi-5, Sonico, Ning, LastFM, Renkoo, Squidoo, Shozu, Bloop, Drimio, PageFlakes, Vimeo, Tail Rank, entre outras.

Cada uma das redes tem as suas particularidades, ou como gosto de chamar, seu "DNA", e cabe aos profissionais de web saber como cada usuário interage com elas. Não acredito que devemos conhecer todas, afinal, só nesse slide há mais de 300 redes, mas é necessário conhecer as principais e entender onde o seu consumidor está e como interage nessa rede, assim, entender como fazer com que esse consumidor interaja, fale e se engaje com a sua marca.

Outro slide que chama muita atenção é quando eu abordo o tema presença digital que, na minha opinião, será o grande assunto de 2010. Afinal, quando falo desse termo, não fico apenas no assunto redes sociais, mas sim em vários pontos de contato que o usuário ou o consumidor pode ter com as marcas no ambiente digital. Presença digital é pensar além do "www", ou seja, além do site da marca.

Quando inicio um planejamento estratégico digital, sempre tenho o foco de pensar como será a presença digital da marca que estou trabalhando, penso que o site é apenas a ponta do iceberg e que o usuário está muito além do site, Google ou Orkut, o usuário está no iPhone, no MSN, em um game, slideshare, em um blog, mapa online e até mesmo no Formspring, rede que, apesar do pouco tempo, já tem mostrado sua força.

Vou introduzir o assunto neste artigo e, na seqüência, darei alguns exemplos de presença digital, entretanto, vou deixar de lados as mais básicas e obrigatórias como Twitter, YouTube, Blogs, Orkut e Facebook, afinal, essas são obrigatórias para qualquer marca.

Presença digital é um termo que a web 2.0 potencializou para as marcas e que essas, através de suas agências e dos seus profissionais de planejamento, devem saber como trabalhar. Presença digital é - falando no ambiente digital - estar onde o usuário está.

Se o seu usuário é um ávido jogador de game, você deve estar em um game. Em 2010, além dos tradicionais campeonatos (paulista, brasileiro, copa do Brasil, sulamericana, libertadores e mundial) é ano de Copa do Mundo, ou seja, investir sua marca em um game de futebol pode ser uma boa estratégia, porém, é interessante buscar games onde o jogador interaja coma sua marca, como, por exemplo, a Coca-cola dando mais força ao jogador virtual ou a Nike dando um chute mais potente caso o usuário opte em usar uma Nike N90. Investir em uma ferramenta de alto poder de interação apenas com um banner acredito ser um desperdício de potencial, interação e por que não, de verba.

Na minha opinião, quando falamos de presença digital, Redes Sociais são a principal ferramenta para uma presença que faça a diferença; primeiro porque há diversas redes, com diversas finalidades. Segundo, porque o brasileiro é o povo mais apaixonado do mundo por essa ferramenta. Mas entenda que principal não é a única!

O ser humano tem a necessidade de se relacionar e hoje em dia não é estranho quando em focus groups ouvimos que "meus amigos são aqueles que estão no meu Orkut ou MSN..." Recentemente o Ibope fez uma pesquisa que comprova isso (aqui).

Presença digital é pensar nas ferramentas em que o usuário está e como a marca deve estar lá também. Um outro exemplo é o software AroundMe do iPhone, um dos mais fantásticos que tenho e uso. Gratuito, o usuário pode estar na Avenida Paulista e querer saber onde tem uma agência do Banco Real. Ele abre o software e seleciona "Bank". O software localiza sua posição via GPS e lhe mostra as agências próximas a você em um raio de até 10km. Você seleciona a mais próxima (o sistema lhe mostra quantos metros ou quilômetros você está de cada um dos pontos) e depois clica em Maps, onde ele vai te mostrar o caminho que você pode seguir.

Agora e se o usuário quiser comer um lanche ou buscar um restaurante por kilo? Ele pode selecionar "Restaurante" e localizar o mais próximo, e uma marca de restaurantes da Av. Paulista pode fazer uma ação nesse sistema ou até mesmo de Link Patrocinado, que o iPhone já permite.

Quer ver uma ação ainda melhor pelo iPhone? Veja o que o Bradesco fez usando iPhone, Realidade aumentada, localizador, GPS, mapas, vídeos e pensando em presença digital para a sua marca no Mobile:



Para mim este é um grande case de presença digital, pois as ações foram feitas no ambiente online sem a necessidade de um site ou rede social.

Com o surgimento das câmeras digitais, o brasileiro começou a tirar foto de tudo o que via pela frente. Sem a necessidade da revelação (imprime-se apenas as realmente mais importantes) e com os memory cards cada vez mais poderosos, que conseguem armazenar mais de mil fotos, programas como Flickr e Picasa ganharam força, assim como os celulares com câmeras potentes, que fizeram com que o aparelho deixasse de ser, há tempos, um simples equipamento para fazer e receber ligações.

O brasileiro gosta de compartilhar o que ele acha interessante. Talvez, para muita gente, o churrasco do final de semana do "Zezinho da Vila Maria" não seja interessante, mas para os seus 30 amigos da rua e do escritório é, e se nessas fotos aparecer o logotipo de uma marca de cerveja? Ou se a cervejaria proporcionar um espaço onde o Zezinho possa colocar suas fotos e enviar gratuitamente a seus amigos? Também é possível levar esse mesmo conceito para vídeos - lembre-se que de não existe apenas o Youtube, também temos outras plataformas, como Vimeo, Google Vídeos e o brasileiro Videolog, por exemplo... ou até MySpace, Orkut, Facebook... são inúmeras ferramentas onde pode-se "brincar" com fotos e vídeos. Sem falar dos softwares gratuitos para edição de fotos e vídeos, apresentações etc.

Será que uma marca não se interessa em unir, em um mesmo site, todas essas ferramentas para que o usuário, ao invés de acessar vários lugares encontre tudo em um só e a marca "patrocine" tudo isso? Acredito que será uma experiência agradável para o usuário, que com certeza será repassada - tanto a marca, como esse prazer - a outras pessoas do seu convívio. Estão aí mais alguns pontos de contato do consumidor com a web, onde marcas podem explorar. As marcas devem estar atentas para esse compartilhamento do usuário, pois ele é adepto e quer compartilhar, por isso, o mega sucesso de Orkut, Facebook, YouTube...

Os buscadores são grandes armas para que o usuário localize marcas e produtos. Pesquisas mostram que 95% dos usuários usam buscadores e desses 90% usam o Google. Isso significa que uma marca tem que estar no Google, mas não apenas no Google, afinal, outros 10% usam Yahoo!, Bing, Ask.com; com a fusão do Yahoo! e Microsoft (que tem o Bing como seu buscador) existe uma tendência de que o Google perca mercado, por isso estar na busca natural e em Links Patrocinados em outros buscadores é uma estratégia de presença digital a ser muito considerada.

Estamos no ano da presença digital. Não é porque o Twitter é uma febre (em 2009 o número de usuários cresceu de 550 mil para 10 milhões), porque 67% dos cadastros no Orkut são brasileiros, porque 45 milhões de pessoas usam o MSN ou porque o YouTube e o Google têm seus maiores acessos no Brasil que as marcas e as agências devem ficar "míopes" apenas para esses players. É preciso dedicar mais esforços a eles, claro, mas não apenas a eles. Existem, como mostrei, várias outras ferramentas e players para a presença digital.

Devemos entender que há consumidores - mesmo que poucos - em uma comunidade do Portal Limão ou no Sonico, por exemplo; entendemos que Redes Sociais são feitas por pessoas, logo se existem 50 potenciais consumidores de uma marca no Sonico, esse número pode pular para 250 se esses 50 enviarem alguma mensagem - com o patrocínio da marca - para apenas 5 amigos, ou 500 para 10 amigos; devemos analisar que 35% dos acessos à web via celular vêm do iPhone e que o iPhone é um celular que permite que as pessoas baixem softwares exclusivos e relevantes, que as pessoas usam para jogos, para acesso à web, para localizar-se - e compartilham isso com sua rede de contatos, física e virtual!

Devemos entender que o brasileiro joga - e muito. E não é só a "molecada" que gosta de games! Existem muitos homens e mulheres na casa dos 30 a 40 anos que jogam games, seja via PC, Nintendo Wii, iPhone, Nokia N95...

Entender que o usuário, quando gosta de algo, compartilha e para isso há o Digg, Delicius, Twitter; que a marca pode usar o Slideshare para que o usuário baixe um manual de instruções de um produto ou mesmo o catálogo da sua loja e estimular que o usuário compartilhe esse material na rede.

Enfim, há uma grande infinidade de softwares, programas e ferramentas para que os usuários possam usar, não há necessidade de as marcas estarem em todos, mesmo que de graça em muitos deles, mas há necessidade de entender onde o seu consumidor está, como interagir com ele e de que forma; na presença digital existe uma "lei" importante:

Não basta estar no mundo digital, é preciso saber como estar nele!

fonte> [http://imasters.uol.com.br]

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